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Adhemar Pereira de Barros

Identificação

Tipo de entidade

Pessoa

Forma(s) autorizada(s) do nome

Adhemar Pereira de Barros

Forma(s) paralela(s) de nome

Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

Outra(s) forma(s) do nome

  • Adhemar de Barros
  • Ademar de Barros

Identificadores para entidades coletivas

Descrição

Datas de existência

1901 - 1969

História

Adhemar Pereira de Barros nasceu na cidade de Piracicaba, Estado de São Paulo, em 22 de abril de 1901. Descendente de família de cafeicultores, fez seus estudos iniciais como interno do Colégio Anglo-Brasileiro (Anglo Brazilian School). Formou-se na Escola Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, em 1923. Entre 1924 e 1926, fez residência médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Berlim, como prêmio por ele obtido por uma tese na área de ginecologia e obstetrícia. Voltou ao Brasil em setembro de 1926 e, em 1927, casou-se com Leonor Mendes, com quem teve quatro filhos: Maria Helena Pereira de Barros Saad, Ademar de Barros Filho, Maria Pereira de Barros e Antônio Pereira de Barros. Manteve um consultório particular no centro da cidade de São Paulo, onde clinicou até 1932. (1)
Em 1932, Adhemar participou da Revolução Constitucionalista como capitão-médico. Findo o movimento, exilou-se na Argentina, retornando ao Brasil após anistia geral concedida por Getúlio Vargas. Em 1934, elegeu-se deputado pelo Partido Republicano Paulista (PRP), participando em 1935 da Assembleia Constituinte e da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo até 1937, ano em que o advento do Estado Novo fechou as casas legislativas do país.
De 1938 a 1941, exerceu o cargo de interventor do Estado de São Paulo, nomeado por Getúlio Vargas, até ser substituído por Fernando Costa. Foi o primeiro de vários mandatos executivos. Já a partir daí começam a surgir suspeitas de irregularidades em seu governo (2). Também daí começa a ênfase de seus governos à modernização agrícola e ao planejamento e fomento à industrialização (3).
Participou, em 1946, da criação do Partido Social Progressista (PSP), por meio do qual atuou como governador de 1947 a 1951, como prefeito da cidade de São Paulo entre 1957 e 1961, e como governador de 1963 e 1966, além de ter se candidatado à presidência República por duas vezes, em 1955 e 1960. As marcas de sua atuação como administrador público em tantos mandatos quase que sucessivos são as de fomento à agricultura e à indústria por meio de políticas de Estado, com obras significativas de infraestrutura viária, por exemplo, e de políticas sociais com ênfase na ampliação da cobertura da saúde e da educação.
Dentro de seus mandatos de governador, destacam-se diversas obras, entre as quais: a inauguração da usina hidroelétrica de Barra Bonita; a pavimentação de rodovias de acesso a estâncias turísticas; o início (1939) e a inauguração de parte da via Anchieta (1947), rodovia de ligação entre São Paulo e Santos, passando por Campinas e Jundiaí; a inauguração do Palácio dos Bandeirantes (1964), sede do executivo estadual; as campanhas de alfabetização de adultos (1947 e anos 1960); o início da construção do Hospital das Clínicas (1938), hospital-escola de grandes dimensões na cidade de São Paulo; criação do Instituto Adolfo Lutz (1940), de pesquisa em saúde pública, na capital do Estado; conclusão das obras do Instituto Emílio Ribas, de tratamento de doenças infectocontagiosas (1965); início (anos 1960) das obras do Instituto do Coração (Incor), dedicado à cardiologia, na capital paulista; início da construção do Hospital Psiquiátrico Cantídeo de Moura Campos, em Botucatu (1964); construção e inauguração (1938-1941) dos primeiros pavilhões do que viria a ser o Complexo Hospitalar do Mandaqui, em São Paulo; do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros (1948); construção e/ou inauguração de hospitais espalhados pelo interior de São Paulo (4).
Como prefeito da cidade de São Paulo foi responsável, dentre outras realizações, por: edifício Altino Arantes, sede do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) até 2000; edifício da Secretaria da Fazenda; avenida e túnel 9 de julho; e, Hospital do Servidor Municipal.
As denúncias de corrupção e/ou irregularidades administrativas seriam uma das marcas de seus sucessivos governos, típico de uma visão patrimonialista do Estado, em que o patrimônio público e o privado se confundem (5). Na descrição e na interpretação de seu mais recente biógrafo, o fluxo irregular de dinheiro, conhecido como “caixinha”, consistia em uma taxa cobrada de fornecedores e empreiteiros de obras públicas, contabilizada como doação de campanha. Tal prática “ajudou Adhemar a dar solidez ao PSP e preparou o partido para enfrentar todos os tipos de intempéries" (6). Adhemar também foi classificado como populista, seja no sentido de manipulador de massas, seja no de catalizador das aspirações populares em troca de apoio político (7).
Adhemar apoiou o golpe militar de 1964, na expectativa de uma reabertura democrática que, no entanto, não aconteceu. Cassado em seus direitos políticos em 1966, exilou-se em Paris. Seria o seu terceiro e último exílio, pois faleceu em Paris em março de 1969. (8)
Além da atuação política, foi dirigente de empresas privadas, como a Indústria de Chocolates Lacta e o jornal A Época, bem como proprietário de fazendas no Estado de São Paulo (9).

(1) Lovato, Amilton. Adhemar: fé em Deus e pé na tábua. São Paulo: Geração Editorial, 2014.
(2) Lovato, op. cit.
(3) Cannabrava Filho, Paulo. Adhemar de Barros: trajetória e realizações. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2004.
(4) Cannabrava Filho, op. cit.
(5) Faoro, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2009
(6) Lovato, op. cit., p. 21.
(7) Cotta, Luiza Cristina Villaméa. Adhemar de Barros (1901-1969): a origem do “rouba, mas faz”. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de História Econômica da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo: 2008.
(8) O segundo exílio deu-se em 1956: Adhemar havia sido condenado a 2 anos de reclusão, por peculato. Decidiu refugiar-se no Paraguai e, em seguida, na Bolívia. Regressou em 6 meses, após ser absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.
(9) Mayer, Jorge Miguel. Verbete Ademar Pereira de Barros. In: Abreu, Alzira Alves de (org.) Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós-1930. Rio de Janeiro: Editora FGV; CPDOC, 2001. Disponível em http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/ademar-pereira-de-barros . Acessado em 03/03/2017.

Locais

Status legal

Funções, ocupações e atividades

Mandatos/Fontes de autoridade

Estruturas internas/genealogia

Contexto geral

Relacionamentos

Controle

Identificador da descrição

identificador da instituição

BR SPAPESP

Regras ou convenções utilizadas

Estatuto

Nível de detalhe

Datas das descrições (criação, revisão e eliminação)

2017

Idioma(s)

Script(s)

Fontes

Notas de manutenção

Centro de Acervo Permanente / APESP

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