Visualizar descrição arquivística
Fundo BR SPAPESP MG - Maurício Goulart
Identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1928 - 1965 (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
- Dimensão: 50 documentos.
- Suporte: papel, tecido.
- Gênero: textual.
Contextualização
Produtor/Acumulador
Biografia
Maurício Goulart, filho de Odilon Goulart e de Olga Köpke Goulart, nasceu em Petrópolis (RJ) em 21 de fevereiro de 1908 (1). Em 1927 ingressou na redação do Jornal O Estado de São Paulo e, em 1928, fundou a Revista Literária Arlequim, de breve existência. Em 1930 formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (2), tendo atuado como advogado.
Em 1929, em Buenos Aires, auxiliou na articulação da Revolução de 30, e, de volta ao Brasil, ligou-se ao grupo liderado por Siqueira Campos, relacionado ao movimento em São Paulo. Chefiou o Serviço de Comunicações do Destacamento Miguel Costa e foi secretário-geral da Legião Revolucionária de São Paulo (3), fundada por Costa em 1930, com o objetivo de dar apoio à interventoria de João Alberto Lins de Barros no estado de São Paulo. Em 1935, ligou-se à Aliança Nacional Libertadora (ANL) (4) e, acusado de tomar parte de sua organização, novamente com Miguel Costa, foi preso pela Delegacia de Ordem Política. Em 1936 esteve no presídio político do Paraíso (5) e no presídio político Maria Zélia (6), ambos em São Paulo.
No Rio de Janeiro, entre 1941 e 1942, tornou-se diretor da Revista Diretrizes (1938-1944), ao lado de Samuel Wainer. Como membro da sociedade da revista, contribuiu com o investimento financeiro, a participação editorial e a articulação dos empresários para o anúncio no semanário. Saiu do jornal em dezembro de 1942 por ordem do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) (7). Como jornalista e político, posicionou-se contrário ao Estado Novo, sendo preso mais uma vez. (8). Foi recolhido à Prisão Especial da Casa de Detenção, em São Paulo, e posteriormente escoltado à Delegacia Especializada de Segurança Política e Social do Rio de Janeiro (9).
Ainda no início da década de 40, fixou-se em Minas Gerais, comprando uma fazenda de Armando de Salles Oliveira ao lado da cachoeira do Marimbondo. Nesta região, fundou em 1943 um núcleo urbano, integrado ao município de Frutal, que deu origem cidade de Fronteira. Idealizado por Goulart e amigos o projeto foi planejado e construído pela Companhia Construtora da Cidade de Fronteira (10). No final dos anos 50, estabeleceu-se em São José do Rio Preto com a mulher Ruth Bierrembach e os filhos Antonio Maurício e Lígia (10). Nesse município fundou a Rádio Independência e, em 1959, disputou a candidatura para prefeito, não obtendo vitória (11).
Maurício Goulart exerceu o mandato de Deputado Federal de São Paulo pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) entre 1963 e 1967 e pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) entre 1967 e 1971 (12).
Em 1949 publicou o livro Escravidão Africana no Brasil - das origens à extinção do tráfico (13). Em 1955 escreveu um ensaio biográfico de Júlio de Mesquita para o livro Homens de São Paulo (14). Publicou o infantil Joana em 1965 (15), “páginas de que gosto, que escrevi sofridamente, em momentos amargos, com o resto da bondade que a vida ainda me deixou” (16).
Maurício Goulart faleceu em São José do Rio Preto no dia 24 de maio de 1983 (17).
(1) Ver: https://www.camara.leg.br/deputados/131314/biografia
(2) BELOCH, A.A. de A.I.; LATTMAN-WELTMAN, F.; LAMARÃO, S.T. de N. Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. Pós-1930. Volume III. pp. 2629-2630. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2001.
(3) A Legião Revolucionária de São Paulo se desarticulou no início de 1932 e se transformou no Partido Popular Paulista (PPP), extinto depois da deflagração da Revolução Constitucionalista em julho do mesmo ano. Maurício Goulart também participou da fundação do partido e de suas ações.
(4) BELOCH, A.A. de A.I., LATTMAN-WELTMAN, F., LAMARÃO, S.T. de N., Op. cit., pp. 2629-2630.
(5) Prontuário de Maurício Goulart (nº 4924). Polícia do Estado de São Paulo. Delegacia de Ordem Social (1ª Seção). 1931-1972. Fundo Secretaria de Segurança Pública. Arquivo Público do Estado de São Paulo.
(6) Lista de presos no presídio Maria Zélia. Janeiro a março de 1936. Fundo Maurício Goulart. Notação [BR SPAPESP MG 119.1.25].
(7) FERRARI, D. W. A primeira aventura de Samuel Wainer. Histórica-Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, nº 31, 2008.
(8) ROUCHOU, J., LOPES, P.F. Diretrizes: entre Azevedo Amaral e Samuel Wainer. ALCAR 2015. 10º Encontro Nacional de História da Mídia. UFRGS. Porto Alegre. Rio Grande do Sul. 3 a 5 de junho de 2015.
(9) Prontuário de Maurício Goulart (nº 4924). Polícia do Estado de São Paulo. Delegacia de Ordem Social (1ª Seção). 1931-1972. Fundo Secretaria de Segurança Pública. Arquivo Público do Estado de São Paulo.
(10) Ver: historiadefronteira.blogspot.com/2013/09/diario-historia-o-ultimo-principe.html; https://www.fronteira.mg.gov.br/pagina/78_Historia.html
(11) BELOCH, A.A. de A.I.; LATTMAN-WELTMAN; F., LAMARÃO, S.T. de N., Op. cit., pp. 2629-2630.
(12) Ver: https://www.camara.leg.br/deputados/131314/biografia
(13) De acordo com a apreciação de Sérgio Buarque de Holanda o livro “aos poucos converteu-se a obra em verdadeira raridade bibliográfica e, ao mesmo tempo, num clássico de nossa historiografia”, ver Prefácio de Sérgio Buarque de Holanda no livro: GOULART, M. Escravidão africana no Brasil (das origens à extinção do tráfico). pp. XI-XVIII. 3ª edição. São Paulo: Editora Alfa-Ômega. 1975. O exemplar que integra o Fundo Reynaldo Xavier Carneiro Pessoa disponível na Biblioteca do Arquivo Público do Estado de São Paulo contém uma dedicatória de Maurício Goulart a Reynaldo Xavier Carneiro Pessoa, escrita em 1975.
(14) GOULART, M. Júlio Mesquita in Homens de São Paulo. pp. 305-365. São Paulo: Livraria Martins Editora S.A. 1955.
(15) A obra ganhou o prêmio Jabuti de 1966 nas categorias Literatura Infantil e Ilustrações. Ver: https://www.premiojabuti.com.br/premiados-por-edicao/premiacao/?ano=1966
(16) Sobre o Autor no livro: GOULART, M. Escravidão africana no Brasil (das origens à extinção do tráfico). p. IX. 3ª edição. São Paulo: Editora Alfa-Ômega. 1975. Fundo Reynaldo Xavier Carneiro Pessoa da Biblioteca do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
(17) BELOCH, A.A. de A.I.; LATTMAN-WELTMAN; F., LAMARÃO, S.T. de N., Op. cit., pp. 2629-2630.
Entidade custodiadora
História arquivística
Os documentos de Maurício Goulart foram doados por sua família ao Arquivo Público do Estado de São Paulo em 1991 (1). Já no APESP os documentos foram separados, em pacotes, como Correspondência Ativa, Correspondência Passiva, Correspondência de Terceiros e Documentação Passiva (2), classificação não mais utilizada. O fundo atualmente, não equivale exatamente aos itens listados (3).
(1) ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Guia de Arquivos Privados do Arquivo do Estado de São Paulo. São Paulo, 1994.
(2) Listagem de documentos do Fundo Maurício Goulart. Sem data.
(3) Não foi encontrada uma carta de Lindolfo Collor correspondente ao item 31 da listagem, tampouco 04 fotografias, itens 34, 38, 45 e 46. Por outro lado, a braçadeira de identificação presente no fundo não consta na listagem.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Conteúdo e estrutura
Conteúdo
Avaliação, selecção e eliminação
Accruals
Classificação
Os documentos estão descritos unitariamente. A ordenação seguiu o critério cronológico:
- Textual: 119.1.1.1 a 119.1.1.50 (50 documentos)
Condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
- Reprodução de documentos textuais: o pesquisador que tenha interesse em reproduzir algum documento do acervo textual poderá fazê-lo com máquina fotográfica própria, mediante acompanhamento dos técnicos responsáveis, preenchendo o Termo de Responsabilidade no qual se compromete a atribuir os créditos ao Arquivo Público do Estado e declara estar ciente das penalidades previstas por lei quanto à divulgação destas informações.
- Reprodução de documentos iconográficos: É permitida a reprodução fotográfica digital em baixa resolução, sem a utilização de equipamentos auxiliares, como flash e tripé mediante o preenchimento do Termo de Responsabilidade.
- Serviço de digitalização: solicitações de digitalização são limitadas a uma quantidade máxima de documentos e exigem preenchimento do Termo de Responsabilidade. A digitalização de fotografias será realizada pelo Núcleo de Acervo Iconográfico. Caso a fotografia já esteja reproduzida em microfilme ou arquivo digital, a cópia deverá ser obrigatoriamente produzida a partir da matriz.
- Direito autoral: no caso de obras que não sejam de domínio público, a utilização é de responsabilidade exclusiva do usuário e depende da autorização expressa dos detentores dos direitos, ou na forma da Lei de Direito Autoral (Lei 9.610 de 16 de fevereiro de 1998).
Idioma(s) do(s) documento(s)
- português
Escrita(s)
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
A maior parte dos documentos está bom estado de conservação.
Documentos digitalizados ou microfilmados devem preferencialmente ser acessados através de suas cópias preservando os originais.
Instrumentos de descrição
Documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Notas
Pontos de acesso
Assuntos relacionados
Localidades relacionadas
Nomes relacionados
- Maurício Goulart (Produtor)
Controle da descrição
Identificador da descrição
identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
Estatuto
Nível de detalhe
Data(s) da descrição
2022