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Fonds BR SPAPESP PRD - Partido Republicano Dissidente de São Paulo
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Reference code

BR SPAPESP PRD

Title

Partido Republicano Dissidente de São Paulo

Date(s)

  • 1901 - 1902 (Creation)

Level of description

Fonds

Extent and medium


  • Dimensão: 01 documento.
  • Suporte: papel
  • Gênero: textual

Context area

Name of creator

Partido Republicano Dissidente de São Paulo (1901 - 1906)

Administrative history

O Partido Republicano Dissidente de São Paulo foi criado com a cisão do Partido Republicano Paulista, em 1901, resultante dos conflitos entre dois grupos, a “oligarquia”, que junto a Campos Salles apoiava os governos paulista e federal, e os “dissidentes”, liderados por Prudente de Moraes e por José Alves de Cerqueira Cezar, que defendiam a revisão da Constituição Federal de 1891, a República Parlamentar e a volta aos valores republicanos originais inaugurados na Convenção de Itu (1).

No dia 8 de setembro de 1901, foi publicado no jornal O Estado de São Paulo um manifesto do grupo que dissendia do partido, intitulado Aos Republicanos (2), que explicitava os motivos da cisão. O grupo se ressentia pela forma pela qual o presidente Campos Salles, indicou Rodrigues Alves como seu sucessor, sem consulta ao Partido, e, do mesmo modo, Bernardino de Campos como sucessor de Rodrigues Alves na Presidência do Estado de São Paulo.

Assinaram o manifesto de 7 de setembro Prudente de Moraes, J. A. Cerqueira Cesar, Ferraz de Salles, José Alves Guimarães Júnior, Alfredo Guedes, Manoel de Moraes Barros, Adolpho Gordo, Antônio Cajado, Antônio Cintra, Bueno de Andrada, Cincinato Braga, Joaquim Alvaro, Miranda Azevedo, Cesario Bastos, Ezequiel Ramos, Ricardo Baptista, Carlos Guimarães, Alfredo Pujol, Antonio Mercado, Antonio de Moraes Barros, Candido Motta, Carlos Villalva, Cleofano Pitaguary, Eduardo Canto, Eugênio Egas, Estevan Marcolino, Gabriel Prestes, Júlio de Mesquita, Pereira de Queiroz e Silvestre de Lima.

Os membros do grupo tiveram o primeiro encontro da Convenção do Partido Republicano Dissidente no dia 30 de outubro de 1901 (3), presidido por Prudente de Moraes. A comissão foi organizada para a constituição do programa do partido e composta por Antônio Mercado, Cesário Bastos, Cincinato Braga, Ignácio Uchoa e Júlio Mesquita (4). No dia 6 de novembro de 1901, foi publicado no jornal O Estado de São Paulo, de Júlio de Mesquita, o Manifesto do Partido Republicano Dissidente, em que o Partido reforça suas justificativas explicitadas no Manifesto de 7 de setembro. O manifesto também expressou itens importantes da conjuntura do novo partido, como o seu programa desenvolvido pela comissão, sua organização dentro do estado de São Paulo e em esfera nacional e suas aspirações como organização política (5).

Nas eleições municipais de 16 de dezembro de 1901, o Partido Republicano Dissidente conseguiu eleger alguns de seus membros. Os resultados, porém, foram muito favoráveis ao governo paulista aliado a Campos Salles, já que os dissidentes elegeram representantes em apenas 3 das 160 cidades onde realizaram-se as eleições, Piracicaba, Ribeirão Bonito e Mogi-Mirim (6). Em 1903, lançaram Cerqueria Cezar como candidato a Senador e publicaram no O Estado de São Paulo outro manifesto, que recomendava a abstenção nas eleições daquele ano para deputados e senadores estaduais, em razão das “violências, fraudes, absoluta falta de garantia reinantes não só na Capital mas ainda no interior” (7). Apenas em 1905, o Partido Dissidente voltou às urnas com a candidatura de Afonso Pena para a presidência da República, em disputa contra a candidatura de Bernadino de Campos, apoiado por Campos Salles (8).

Jorge Tibiriçá, Presidente do Estado de São Paulo de 1904 à 1908, incluiu em seu programa de governo reformas sugeridas pelo grupo do Partido Dissidente: “[…] a reformulação da Constituição do Estado e a Reforma eleitoral, comprometendo-se ‘com a realidade do sufrágio popular’, a representação das minorias, o voto distrital e uninominal”(9). Este acontecimento contribuiu para que os dissidentes deixassem de recomendar a abstenção nas eleições e apoiassem a chapa de Afonso Pena e Nilo Peçanha, que venceu as eleições federais de 1906.
A vitória eleitoral contra a chapa do Partido Republicano Paulista ensinou uma lição a toda oposição, conforme declaração no jornal O Estado de São Paulo: “se nos unirmos agora, ponderavam, todos nós que nos rebelamos contra a ilimitada ambição de aventureiros políticos, sacudiremos um jugo humilhante”(10). Assim, foi proposta a criação da Liga Republicana, que juntava o Partido Dissidente e todos outros oposicionistas ao Partido Republicano Paulista, sendo uma aliança partidária temporária. Foi colocada em pauta pelo Governo do Estado a consagração entre os dois grupos. A reconciliação entre os dois partidos ocorreu mediante condições: a mudança do número de membros na Comissão Central do Partido Republicano Paulista, de cinco para sete membros, com os dois novos provenientes do Partido Dissidente, a efetivação da composição das chapas a partir de consultas com os eleitores nos diretórios do partido, e a troca da comissão a cada quatro anos junto com o governo (11).

1 – CASALECCHI, J. E. O Partido Republicano Paulista (1889 – 1926). São Paulo: Editora Brasiliense, 1987, p. 101.
2 – O Estado de S. Paulo. Aos Republicanos. 8 de setembro de 1901.
3 –Fundo Partido Republicano Dissidente de São Paulo. Notação 128.1.1 – Livro de Atas de Convenção do Partido Republicano Dissidente. São Paulo, 1901, fl. 1.
4 – CASELECCHI, op. cit., p. 107.
5 – O Estado de S. Paulo. Manifesto Político aos Nossos Cidadãos. 6 de novembro de 1901.
6 – CASALECCHI, op. cit., p. 111.
7 – Centenário de Júlio Mesquita. São Paulo: Editora Anhambi, 1964, p. 181.
8 – Idem, p. 181 – 182.
9 – CASALECCHI, op. cit., p. 125.
10 – O Estado de S. Paulo. 4 de fevereiro de 1906.
11 – CASALECCHI, op. cit., p. 128 – 129.

Archival history

O Livro de Atas do Partido Republicano Dissidente foi encaminhado à Divisão do Arquivo do Estado de São Paulo, da Secretaria de Estado da Cultura, em 1997, pela 9ª Coordenadoria Regional/SP do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura (1).

(1) Ofício nº 336/97 de 13 de junho de 1997. Coordenadoria Regional do IPHAN/SP.

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Content and structure area

Scope and content

O Partido Republicano Dissidente de São Paulo produziu atas (1) que registraram os primeiros debates em torno dos princípios que regeriam o seu programa político-partidário, com propostas de oposição aos seus adversários, no contexto da cisão do Partido Republicano Paulista, em 1901.

De acordo com a ata da 1ª sessão preparatória da Convenção do Partido Republicano Dissidente, que se realizou em 30 de outubro de 1901, no salão do Club Gymnastico Portuguez, reuniram-se senadores, deputados federais e estaduais do Partido, que representavam as várias regiões e cidades do estado de São Paulo. Prudente de Moraes Barros foi aclamado para presidir a sessão, acompanhado pelos secretários Candido Motta e Alfredo Guedes, e foi nomeada uma Comissão pela Mesa da Convenção. Prudente de Moraes Barros proferiu discurso explicando a atitude política tomada no momento pelos seus representantes, as razões dos que dissentiram dos governos do Estado e da União, e a missão do novo partido na almejada regenaração da República.

Outras sessões da Convenção do Partido Republicano Dissidente se efetuaram até 30 de abril de 1902, data da última ata, relativa à 3ª sessão extraordinária da Convenção do Partido Republicano Dissidente. Eram participantes, além de Prudente de Moraes Barros, Candido Motta e Alfredo Guedes, membros como Cincinato Braga, José Alves de Cerqueira César, Manuel de Moraes Barros, Antonio Cajado, Julio de Mesquita, Adolpho Gordo, José de Vasconcellos Almeida Prado Jr. entre outros políticos.

Appraisal, destruction and scheduling

Accruals

System of arrangement

O fundo é constituído por um único livro de atas.


  • Livro de Atas (1901-1902)
  • Textual: 128.1.1 (01 livro)

Conditions of access and use area

Conditions governing access

Documento sem restrição de acesso.

Conditions governing reproduction


  • Reprodução de documentos textuais: o pesquisador que tenha interesse em reproduzir algum documento do acervo textual poderá fazê-lo com máquina fotográfica própria, mediante acompanhamento dos técnicos responsáveis, preenchendo o Termo de Responsabilidade para Uso, Reprodução e Divulgação de Informações e Dados Pessoais Contidos em Documentos Custodiados pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo no qual se compromete a atribuir os créditos ao Arquivo Público do Estado e declara estar ciente das penalidades previstas por lei quanto à divulgação destas informações.
  • Reprodução de documentos iconográficos: é permitida a reprodução fotográfica digital em baixa resolução, sem a utilização de equipamentos auxiliares, como flash e tripé mediante o preenchimento do Termo de Responsabilidade.
  • Serviço de digitalização: solicitações de digitalização são limitadas a uma quantidade máxima de documentos e exigem o preenchimento do Termo de Responsabilidade. A digitalização de fotografias será realizada pelo Núcleo de Acervo Iconográfico. Caso a fotografia já esteja reproduzida em microfilme ou arquivo digital, a cópia deverá ser obrigatoriamente produzida a partir da matriz.
  • Direito autoral: no caso de obras que não sejam de domínio público, a utilização é de responsabilidade exclusiva do usuário e depende da autorização expressa dos detentores dos direitos, ou na forma da Lei de Direito Autoral (Lei 9.610 de 16 de fevereiro de 1998).

Language of material

  • Portuguese

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Physical characteristics and technical requirements

Documento em bom estado de conservação.

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BR SPAPESP

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Dates of creation revision deletion

2019

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Archivist's note

Centro de Acervo Permanente / APESP

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