Visualizar registro de autoridade
Altino Arantes Marques
Zona de identificação
tipo de entidade
Forma autorizada do nome
Forma(s) paralela(s) de nome
Forma normalizada do nome de acordo com outras regras
Outra(s) forma(s) do nome
- Altino Arantes
identificadores para entidades coletivas
área de descrição
datas de existência
história
Altino Arantes Marques nasceu em Batatais no dia 29 de setembro de 1876, filho do coronel Francisco Arantes Marques e de Maria Carolina Arantes. Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1895. Casou-se com Maria Teodora de Andrade Junqueira, com quem teve dois filhos. Após a morte desta casou-se com Maria Gabriela Diniz Junqueira, filha de Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, com quem teve uma filha. (1)
Eleito deputado federal pelo Partido Republicano Paulista (PRP) em 1906, foi reeleito em 1909, e, em 1911, renunciou ao mandato para assumir a Secretaria do Interior do Estado de São Paulo no governo de Manoel Joaquim de Albuquerque Lins. Manteve-se no cargo até 1915, durante o governo de Rodrigues Alves, chegando a acumular, interinamente, as pastas da Agricultura e da Fazenda.
Candidato à vice-presidência de São Paulo pela chapa liderada por João Álvares Rubião Júnior, com o falecimento deste, Arantes o substituiu e foi eleito Presidente do Estado de São Paulo em março de 1916, governando até maio de 1920.
Seguindo o lema “Economizar e Produzir” (2), sua administração teve como destaque a intensa iniciativa repressiva frente às greves operárias de 1917 a 1919; a encampação da Companhia Sorocabana de Estradas de Ferro em 1919 (3); a promoção da segunda valorização do preço do café, especialmente a partir de 1918 com a redução das taxas e das tarifas alfandegárias; a criação das Caixas Econômicas Rurais, dentre outras medidas.
Em seu governo foram criados: cargo de Delegado Geral, separando a direção da polícia civil da pasta da Justiça; Patronato Agrícola; Departamento do Trabalho; e, Diretoria de Terras e Colonização. Foi também o responsável por fundar a escola de aviação do Campo de Marte, que apesar de sua curta duração formou alguns pilotos da Força Pública (4). Além disso, em sua gestão, o Estado assumiu o Controle acionário do Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo (que deu origem ao Banespa).
Em 1921, retornou à Câmara Federal como deputado, onde permaneceu até 1930, exercendo mandatos consecutivos.
Com a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, Altino Arantes passou à oposição. Em 1932, assinou um manifesto da Frente Única de São Paulo (FUSP), aliança entre o PRP e o PD, em oposição ao governo federal e no qual se afirmava a disposição de lutar por um novo regime republicano. No decorrer desse ano, a crise entre São Paulo e a União resultou na Revolução Constitucionalista de 1932, levante armado no qual Altino Arantes participou ativamente. Com a derrota dos paulistas e a cassação dos direitos políticos dos revolucionários, partiu para o exílio em Lisboa.
Em 1934, retornando ao Brasil, assumiu a presidência do PRP concorrendo novamente às eleições indiretas para o governo de São Paulo, mas sem se eleger. Com o fim do Estado Novo, em 1945, elegeu-se deputado por São Paulo para a Assembleia Nacional Constituinte, pela legenda do Partido Republicano (PR). Posteriormente, foi candidato à vice-presidência da República em 1950, mas desta vez pelo Partido Social Democrático (PSD), na chapa encabeçada por Cristiano Machado. Entretanto, o candidato vitorioso à vice presidência foi João Café Filho (5).
Além de sua atuação política e na administração pública, Altino Arantes manteve ainda atividades como escritor, tendo ocupado a cadeira 33 da Academia Paulista de Letras (6) e a presidido por 14 anos. Foi também membro e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (7).
Entre suas publicações, encontram-se os títulos: “A educação, fator predominante da recuperação moral e cívica”; “Saudades de Portugal”; “O culto das letras”; “O sacerdote na Igreja, na sociedade e na família”; “Imprensa e política” e, suas memórias, “Passos do meu caminho”.
Altino Arantes Marques faleceu na cidade de São Paulo no dia 5 de julho de 1965.
(1) ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós-1930. Volume I. p. 312-314. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001.
(2) EGAS, E. Galeria dos Presidentes de São Paulo: Período Republicano (1889-1920) Volume II. Publicação Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, 1927.
(3) FERROVIA PAULISTA SOCIEDADE ANÔNIMA; Dirigentes da Sorocabana e Fepasa; Gráfica Fepasa; Jundiaí, 1983.
(4) ALVES, O. R. Os homens que governaram São Paulo. NOBEL/Edusp. São Paulo, 1986.
(5) ALVES, O. R. Op. cit.
(6) Site da Academia Paulista de Letras: http://www.academiapaulistadeletras.org.br/osacademicos.asp?temp=10&materia=164&cadeira=0
(7) ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Guia de Arquivos Privados do Arquivo do Estado de São Paulo. São Paulo, 1994.