Visualizar descrição arquivística
Fundo BR SPAPESP DA - Diários Associados de São Paulo
Identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1925 - 1980 (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
- Dimensão: 1.007 volumes encadernados (26.327 exemplares) e 4.477 caixas (cerca de 1.500.000 itens documentais).
- Suporte: filme, papel, papel emulsionado.
- Gênero: hemerográfico, iconográfico.
Contextualização
Produtor/Acumulador
História institucional
A formação do grupo Diários Associados iniciou-se no dia 2 de outubro de 1924. Nessa data, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello adquiriu seu primeiro veículo impresso: O Jornal, do Rio de Janeiro. Já em 2 de junho de 1925, o empresário assumiu o controle de seu primeiro periódico paulista, O Diário da Noite. Este fora lançado em 7 de janeiro de 1925, sob o controle de Plínio Barreto, Rubens do Amaral e Leo Vaz, mas acabou sendo comprado no mesmo ano por Chateaubriand, devido à forte crise financeira que enfrentava. Já o Diário de São Paulo surgiu em 1929, como seu segundo empreendimento jornalístico na capital paulista. Com esses dois veículos na capital paulista, “Chatô” passou a concorrer em pé de igualdade com o tradicional O Estado de São Paulo, inclusive como formador de opinião.
Nas décadas seguintes, o grupo Diários Associados continuou crescendo no país inteiro. Em 1928, era fundada a revista O Cruzeiro, que inovou o segmento com a utilização intensiva de fotografias e apresentação gráfica inovadora. No ano seguinte, Assis Chateaubriand adquiriu O Diário de Notícias gaúcho. A década de 30 representou um período de rápida expansão dos Diários. É deste período a fundação da Agência Meridional de Notícias (1931), uma das primeiras na área de radiodifusão; a aquisição da tradicional revista feminina A Cigarra (1934); e a fundação da Rádio Tupi AM (1935), que marcou época no cenário musical brasileiro. Os anos 40 foram marcados pela aquisição e/ou fundação de outras estações de rádio no país, na Bahia, em Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Rondônia e Paraíba.
Em 1950, Assis Chateaubriand fundou a primeira emissora de TV da América Latina, a Tupi. Ao lado de jornais e emissoras de rádio, o grupo agora possuía estações televisivas; além disso, continuava a adquirir jornais no Brasil inteiro. Mas os Diários cresciam sobre uma estrutura caótica, e que acumulava dívidas. A situação agravou-se em 1959, quando Assis Chateaubriand criou o Condomínio Acionário, formado por 22 condôminos. Os integrantes do grupo teriam como tarefa garantir a perenidade de todos os veículos de comunicação dos Diários Associados – mas sem que fossem donos do conglomerado. A iniciativa criou problemas jurídicos e organizacionais ao grupo, e acelerou o processo de decadência da empresa. No final da década de 1970 a crise agravou-se, principalmente entre as empresas paulistas.
Em 2 de julho de 1979, o Diário de São Paulo encerrou suas atividades; logo depois, várias empresas do Condomínio Associados de São Paulo (Rádios Difusora e Tupi, TV Tupi, Diário da Noite e Diário de São Paulo) pediram concordata preventiva, estabelecendo um prazo de dois anos para pagar suas dívidas. naquele mesmo ano, o Diário da Noite deixou de ser publicado. Em 24 de junho de 1980, o pedido de concordata do Diário de São Paulo foi concedido. Em 7 de julho de 1988, a justiça paulista deferiu o pedido de concordata da S/A Diário da Noite de São Paulo, determinando a suspensão das ações e execuções contra o grupo, e dando-lhe um prazo para pagar os credores em duas prestações anuais. Este acordo nunca foi cumprido, o que levou à falência da empresa.
História arquivística
Depois que o Diário da Noite e o Diário de São Paulo faliram, as estantes e armários onde estava armazenado o arquivo dos dois jornais ficaram na sede dos Diários Associados, até serem arrematados em leilão pela Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas (IBEP). Em 1996 os documentos foram transferidos para a empresa Folha da Manhã S/A, onde estiveram guardados até 1999. Em 1 de julho de 1999, a coleção foi doada pela Banco de Dados de São Paulo LTDA, empresa do Grupo Folha, ao Arquivo Público do Estado de São Paulo. O termo de doação de acervo ao arquivo permanente relaciona 226 armários com fotografias e recortes de jornais organizados por assunto e 1.300 volumes encadernados dos jornais Diário da Noite (SP) e Diário de São Paulo. A coleção doada continha algumas lacunas que foram parcialmente preenchidas com incorporações a partir da coleção de jornais do próprio Arquivo Público, formando hoje um só conjunto.
O acervo doado não veio acompanhado de instrumentos de pesquisa ou acesso (1).
Em 2005, houve uma intervenção num dos maiores segmentos deste acervo. O alvo deste projeto, financiado pela Fundação Vitae, foi o segmento temático nominal “Artes”, das letras A, B e C. O edital possibilitou o acondicionamento deste segmento, entretanto, o acervo como um todo ainda necessitava de ações de catalogação, organização, higienização e acondicionamento. Em 2011, a Associação de Amigos do Arquivo, em convênio com o Arquivo Público do Estado de São Paulo, candidatou-se às verbas do Programa de Preservação de Acervos financiado pelo BNDES, com o projeto “Imagens do Jornalismo Brasileiro: Preservação e Difusão do Acervo dos Diários Associados”.
O projeto resultou, em sua primeira etapa, num “pré-inventário” de todo o acervo, com vistas ao registro dos dados obtidos em um Banco de Dados, construído especialmente para esse fim. Numa etapa posterior, o projeto catalogou, higienizou e trocou o acondicionamento das unidades documentais selecionadas dentro do conjunto. Posteriormente, o APESP fez a publicação online desta parcela de cerca de 20 mil documentos.
(1) Termo de doação de acervo ao arquivo permanente do Arquivo do Estado de São Paulo, 1 de julho de 1999. Divisão de Arquivo do Estado. Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Conteúdo e estrutura
Conteúdo
O arquivo dos Diários Associados presente no Arquivo Públido do Estado de São Paulo compreende parte da produção editorial e do centro de documentação dos jornais Diário da Noite de São Paulo e Diário de São Paulo, ou seja, os jornais publicados e o material de pesquisa utilizado como referência para as publicações.
Nos dossiês que formavam o material que dava apoio à pesquisa para as publicações, encontram-se ampliações fotográficas, negativos, ilustrações, recortes de jornais e revistas, folhetos, panfletos, fichas de referência de publicações, fichas de acesso e fichas remissivas, chegando a um total de cerca de 1.500.000 documentos, abordando assuntos como esportes, artes (cinema, rádio, música, televisão, dança e teatro), polícia, turfe entre outros.
Os exemplares publicados de ambos os jornais completam o acervo descrito. O jornal Diário de São Paulo abrange o período de 05 de janeiro de 1929 (edição nº 01) a 14 de julho de 1979 (edição nº 15.418 ). Destes, constam no acervo 9.502 exemplares (edições 5.917, de 01/08/1947 a 15.418, de 14/07/1979). Complementam estes exemplares, 111 rolos de microfilmes, onde estão microfilmados os exemplares nº 1 (05/01/1929) ao nº 5.929 (15/08/1947). Na linha editorial do primeiro exemplar estão presentes os nomes do diretor Rubens do Amaral, e do diretor-gerente, Orlando Dantas.
A edição paulista do Diário da Noite já circulava quando Assis Chateaubriand o comprou em 1925. O conjunto é composto por 16.825 exemplares, distribuídos em 614 volumes, entre encadernados e avulsos acondicionados em pastas, e abrange o período de 07 de janeiro 1925 (Edição nº 01) a 30 de junho de 1980 (Edição nº 16.747,), apresentando algumas lacunas de edições. As edições de 1925 e as primeiras de 1926 não faziam parte da doação recebida em 1999, tendo sido incorporadas ao acervo com exemplares da coleção do próprio APESP.
Avaliação, selecção e eliminação
Accruals
Classificação
Os dossiês do centro de documentação dos Diários Associados estavam organizados em dois agrupamentos: Dossiês Nominais e Dossiês Temáticos. Os primeiros formam um grande conjunto de 2.111 dossiês de nomes de pessoas de todos os ramos de atividades, indexados alfabeticamente. Já os dossiês temáticos estão subdivididos em conjuntos relativos às Artes (cinema, rádio, música, televisão, dança e teatro), Polícia e Esportes, como por exemplo turfe. Dentro de cada um destes conjuntos estão contemplados, também, dossiês nominais indexados alfabeticamente. Ver catálogos em Instrumentos de Descrição.
As edições do Diário da Noite estão subdivididas em 614 encadernados:
Edição nº 01 (07/01/1925) a nº 16.747 (30/06/1980)
Localização encadernados: 37/001 a 37/614
As edições do Diário de São Paulo estão subdivididas em 393 encadernados:
Edição nº 5.917 (01/08/1947) a nº 15.418 (14/07/1979)
Localização encadernados: 36/001 a 36/393
Para as edições em microfilme ver em Existência e localização de cópias.
Condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma(s) do(s) documento(s)
Escrita(s)
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Cópias digitais do acervo fotográfico e recortes de jornal dos Diários Associados
Cópias em microfilme do Diário de São Paulo: edição nº 01 (05/01/1929) a nº 5.929 (15/08/1947)
Localização microfilmes: 17.05.012 a 17.07.010 (111 microfilmes)
Unidades de descrição relacionadas
Nota de publicação
MORAIS, Fernando. Chatô, o Rei do Brasil. Companhia das Letras. São Paulo, 1994.
CONCORDATA É DEFERIDA, Folha de São Paulo, São Paulo, 10/07/1980, página 27.
Nota de publicação
Notas
Pontos de acesso
Assuntos relacionados
Localidades relacionadas
Nomes relacionados
- Diários Associados de São Paulo (Produtor)
Controle da descrição
Identificador da descrição
identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
Estatuto
Nível de detalhe
Data(s) da descrição
Idioma(s)
Script(s)
Fontes
Nota do arquivista
Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa / APESP